segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A TIGELA DE MADEIRA

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 Um senhor de idade foi morar com seu  filho, nora e o netinho de
quatro anos de idade.
 As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos
vacilantes.
 A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão
falha do avô o atrapalhavam na hora de comer.
 Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão.
 Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.
 O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.
 - Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai - disse
o filho.
 - Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente
comendo com a boca aberta e comida pelo chão.
 Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da
cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia
as refeições à mesa, com satisfação.
 Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora
era servida numa tigela de madeira.
 Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes
ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que
lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou 
comida cair ao chão.
 O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.
 Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu  que o filho pequeno
estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
 Ele perguntou delicadamente à criança:
 - O que você está fazendo?
 O menino respondeu docemente:
 - Oh, estou fazendo uma tigela para você  e mamãe comerem,
quando eu crescer.
 O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho.
 Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles
ficaram mudos.
 Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
 Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava
ser feito.
 Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente
conduziu-o à mesa da família.
 Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as
refeições com a família.
 E por alguma razão, o marido e a esposa  não se importavam mais
quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

Cláudio Seto
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