quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ainda a tão falada e mal conhecida inveja....

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Vamos começar o nosso artigo com uma história:


"Há cerca de 100 anos atrás, um mestre idoso e coberto de honrarias estava à morte. Seus discípulos perguntaram: "Mestre, você está com medo de morrer?" "Estou", respondeu ele porque temo o encontro com Deus". "Mas, como?", perguntou um discípulo, você sempre teve uma vida exemplar, e como Moisés, tirou-nos das trevas da ignorância, fez julgamentos justos como Salomão ! ", retrucou outro discípulo. O Mestre respondeu: "Quando eu me encontrar com Deus, Ele não vai me perguntar se eu fui Moisés, ou se eu fui Salomão. Ele apenas vai me perguntar se eu  fui eu mesmo".

O juízo que os outros fazem de nossos atos nem sempre corresponde com aquilo que sentimos dentro da nossa legitimidade. tal mecanismo é a mola propulsora da inveja porque os outros vêm a superfície, julgam e emitem a sua opinião sempre no sentido de sentir no caso da inveja as qualidades do outro esquecendo-se das suas

O ser humano é dotado de sentimentos positivos, que se retratam nas suas ações de filantropia e relações afetivas quer como pai, irmão, amigo etc mas também é dotado de sentimentos negativos sendo um dos ápices a inveja que se origina do ciúme, mágoas, baixa estima, falta de iniciativa em fazer o que os vitoriosos fazem etc.

Não há sentimento mais destrutivo para o clima das relações humanas do que o ciúme e a inveja que gera o ódio, a mágoa, o rancor.
Até hoje, infelizmente, pouca atenção tem sido dada a estas emoções
A inveja é formada a partir do momento que se compara as qualidades do outro sem uma avaliação do próprio potencial, na qual a pessoa julga-se incapaz de realizar as suas ações criando fortes sentimentos de inferioridade e de frustração, porque hipoteticamente sente-se inferior a pessoa invejada.
Sedimenta-se assim o complexo de inferioridade caracterizado por forte impregnação emocional, total ou parcialmente reprimido, determinando atitudes comportamentais reprováveis

A comparação que fizemos entre nós e o outro pode ser geral ou específica. É geral quando comparamos as qualidades psicológicas, morais, , sociais ou espirituais e é específica quando comparamos posses materiais, tais como casa, carro, roupa, dinheiro, porte físico etc

Faz parte da trama da inveja a vangloria. Quando, nos enaltecemos no fundo estamos procurando evitar o mal-estar do desequilíbrio. pregando excessivamente as nossas próprias qualidades com o único intuito de diminuir o outro.

A crítica é uma das máscaras da inveja porque, quando criticamos alguém de forma destrutiva, e quando temos necessidade de falar mal de alguém, provavelmente estamos nos sentindo inferiores a ele.

Aliás, a história da serpente e do vagalume ilustra bem o que estamos analisando. "Certa feita uma cobra voraz desejava a todo custo abocanhar o inofensivo vagalume. Esse lhe disse "Senhora serpente você que é tão poderosa porque deseja me aniquilar?" A serpente lhe respondeu "o seu brilho me fascina e como eu não o posso ter quero te devorar" A inveja é pois a incapacidade de ver a luz das outras pessoas, seja em que aspecto for, assim como a incapacidade de aceitar o valor dos outros que é possível com esforço próprio possui-lo e assim desaparecerá a causa da auto-aversão por não sermos como os outros são, assim como a auto-rejeição que pode estereotipar a mediocridade do invejoso

A sociedade em que vivemos baseada na competição desenfreada calcada numa antropofagia violenta de que o outro não pode ser melhor, é uma das grande responsáveis de um mundo repleto de desamor social

A receita para dirimir o sentimento da inveja e simples e basta ficar atento e ficar desapontado com o sucesso do outro. "O sol nasce para todos" diz o adágio popular, e portanto cada um de nós tem as suas próprias peculiaridades e capacidades, e com esforço de vontade todos podem tornar-se vitoriosos e não perder seu precioso tempo almejando o que o outro faz, deixando de construir o seu próprio mundo porque preocupando-se com os outros não avalia, os índices de seu crescimento, havendo uma grande diferença entre a comparação com os outros e a comparação conosco mesmos.

Na auto-comparação, cria-se o ponto de valorização pessoal e passa-se a reconhecer a própria capacidade, afastando o destrutivo principio do que os outros vão achar de mim

Ora, se conclamamos constantemente o direito da liberdade porque ficar dependendo dos outros copiando e se escravizando aos seus padrões?

Procedendo dessa forma teremos o nosso referencial e passaremos a desfrutar o dom do livre arbítrio isto é a possibilidade de exercermos um poder sem outro motivo que não a existência desse poder; praticando livremente às ações, pois que o ser humano é dotado do poder embora em determinadas circunstâncias deva agir dentro de certas regras sociais, e quando nos comparamos com os outros entramos na faixa da servidão usando o referencial do outro perdemos a nossa identidade pessoal

A individualidade é efetuada quando captamos o nosso potencial e procuramos amplia-lo enriquecendo-nos cada vez mais e assim estaremos dando as costas para a tenebrosa e mesquinha inveja dos outros

Dessa forma quando estamos centrados na nossa real dimensão pelo que já somos, pelo que já temos, evitaremos a admiração invejosa pelos outros que faz cair a auto estima diminuindo sensivelmente o valor próprio e deixando de cumprir a máxima "Ama-te para amares"

Normalmente o invejoso não se ama, vai se auto destruindo quer fisicamente pelas psicossomatizações e psicologicamente destruindo a sua auto-aceitação, ponto de apoio de todo o sucesso pessoal.

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