terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Supere a dor da separação

/ /
Separação

Em algum canto, enterrado entre os lencinhos de papel amassados e os acordes de All by Myself, há uma razão pela qual terminar uma relação é tão difícil. Os sintomas de quem sofre da síndrome do coração partido, também conhecida como cardiomiopatia de Takotsubo, são parecidos aos de um ataque do coração - falta de ar, dor no peito e enorme produção de hormônios do stress. Uma pesquisa do American Journal of Cardiology com 70 pessoas com esse diagnóstico verificou que elas conseguiam amenizar os efeitos após tomar aspirina ou remédios para o coração. Daí os pesquisadores passaram a examinar também as razões do súbito desespero pós-separação. Mergulhamos no assunto e vamos ajudá-la a navegar pela dor de cotovelo como pessoas crescidas.

24 horas depois

Fisicamente
Seja você quem deu ou recebeu o fora, o cenário é arrasador. Você pode se sentir triste, aliviada, anestesiada, liberta ou doente. Ou tudo ao mesmo tempo. A conexão entre a dor emocional e a física é verdadeira. Quando se experimenta uma perda, ocorrem mudanças no fluxo sanguíneo cerebral, fazendo com que o córtex anterior paracingulado — responsável por regular a dor física e o sofrimento - se torne mais ativo. “É o que chamamos de somatização”, diz a psicóloga Laila Pincelli, de São Paulo. A depressão também pode se instaurar: um estudo do periódico Journal of Personality and Social Psychology mostrou que, dos 144 indivíduos que haviam sido rejeitados nas oito semanas anteriores, 40% permaneciam clinicamente deprimidos e 12% estavam com depressão severa.

Emocionalmente
“Não pode ser verdade.” A frase martela em sua cabeça no primeiro estágio da dor: a negação. Corpo e cérebro estão em um estado similar ao de uma doença mental, enquanto você emerge de uma situação dominada por pensamentos como “Eu tinha certeza de que ele era o homem da minha vida”, “O que fazer com o apartamento que nós compramos?” e “Sempre desconfiei daquela vaca”. Nos primeiros dias, você responde a um trauma.

“Não é o momento de refletir sobre a separação e as lições que deve tirar dela”, diz a consultora Karen Masman, autora de The Uses of Sadness (inédito no Brasil). Surfe no tsunami emocional e assista a Marley & Eu. Um estudo da Universidade do Sul da Flórida, nos EUA, mostrou que 89% das pessoas se sentem melhor vertendo lágrimas sinceras (de cebola não servem) por liberar os hormônios do stress.

A boa notícia
Se a coisa não andava bem, você contribuiu com sua saúde. A ruptura pode enfraquecer um pouco o coração no curto prazo, mas ficar em uma relação ruim seria pior. Um estudo de 2007 da Universidade College London, na Inglaterra, mostrou que uniões estressantes poderiam provocar 34% mais chances de problemas cardíacos, quando comparadas às felizes.
 Uma semana depois

Fisicamente
Você anda dormindo de maneira tão irregular quanto uma nova mamãe. “Ao dormir, nossa mente tenta lidar com aquilo que não foi resolvido durante o dia. Se algo a perturba, seu descanso ficará comprometido. Insônia, pesadelos e bruxismo (ranger dentes) são os sintomas mais comuns”, diz a psicóloga Maria Luiza Dias Garcia, coordenadora da clínica Laços, em São Paulo. Além disso, sua dieta à base de água no café da manhã e torradas no jantar vem mexendo com seu sistema imunológico. Espere dores de cabeça, problemas de pele e cabelo. “Veja se não está medicando sua tristeza com comida, álcool ou drogas. Peça para a sua mãe ou uma amiga ir à sua casa preparar uma refeição decente”, sugere a psicóloga Traci Coventry. E, por mais difícil que seja, não abandone os exercícios — mexa-se para produzir as endorfinas de que você precisa mais do que nunca.

Emocionalmente
Você está em um estágio obsessivo: só pensa nas bobagens que fez (ou que acha que fez) e tem certeza de estar condenada a viver eternamente só — afinal, acabou de se desligar do último homem decente e disponível entre os 3 bilhões que circulam pelo planeta. Um estudo da Universidade Rutgers, nos EUA, revelou que mulheres que haviam levado um fora recentemente tinham atividade elevada em diversas regiões do cérebro, incluindo as que controlam pensamento obsessivo e produção de dopamina — neurotransmissor relacionado a atitudes de risco.

Conte aos amigos o que está acontecendo para que possam ficar de olho em você. E nem pense em seguir o ex — é claro que estamos falando do Facebook, do Twitter e dos encontros ao “acaso” em uma festa, e não de perseguições que rendem problemas com a Justiça.

A boa notícia
Existe beleza nos rompimentos, afirmam os especialistas. “As pessoas não percebem, até terminar o romance, em quanto stress estavam mergulhadas por viver uma relação que não funcionava. Rupturas levam a um crescimento pessoal”, diz a psicóloga Alice Boyes, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia. Ainda é cedo para perceber, mas agora você tem carta branca para moldar sua vida do jeito que queria. “É a chance para investir mais em si própria”, sugere a psicóloga Laila Pincelli.
Um mês depois

Fisicamente
O periódico International Journal of Obesity realizou uma pesquisa com cerca de 1 400 homens e mulheres e descobriu que as pessoas ganhavam 5% ou mais de peso corporal quando passavam por uma “exaustão vital”, estado no qual as pessoas se sentem cansadas, irritadas ou desmoralizadas — sentimentos muito comuns em meio a um rompimento. Viva seus sentimentos verdadeiros e não suprima a dor. Derrame lágrimas para seu melhor amigo, sua mãe ou canalize sua raiva em um saco de pancadas. “Não entrar em contato com a dor pode adiar a elaboração do fim do romance”, diz Laila Pincelli.

Emocionalmente
Um estudo publicado em 2006 na revista Emotion mostrou que as pessoas viram a página mais rápido quando têm raiva do ex. Portanto, exilar todos os remanescentes do homem em sua vida acelera o período de cura. Delete os e-mails, coloque seus presentes e fotos em uma caixa em lugar pouco acessível e bloqueie seu nome do Facebook por um tempo - é impossível ser feliz ao vê-lo lindo e bem acompanhado na balada do mesmo fim de semana em que seu celular não tocou (nem sequer sua mãe telefonou!) e você mal teve vontade de tirar o pijama.

A boa notícia
Agora você é sua própria heroína. Embora tenha se apavorado quando, pela primeira vez, teve de baixar um seriado na internet e configurar o celular novo sozinha, encarar o que a amedronta é reconhecidamente um fator construtor de confiança e autoestima. “As pessoas são mais fortes do que pensam e se sentem muito melhor quando tiram lições do fim de uma relação”, afirma Alice Boyes. 
Seis meses depois

Fisicamente
Você está no estado de aceitação e não sente mais como se tivesse perdido um membro. Mas fique de olho em exaustão crônica, problemas de sono e choro - sintomas que sugerem depressão. Um estudo de casais conduzido pela empresa Statistics Canada descobriu que pessoas que se divorciaram - sem sinais anteriores de depressão - apresentavam quatro vezes mais chance de experimentar um episódio depressivo do que aqueles que permaneciam em uma relação. "O diagnóstico não é fácil, mas, de maneira geral, a tristeza é sentida como uma coisa temporária da qual você vai se recuperar, ainda que leve outros seis meses. A depressão parece não ter fim", diz Karen Masman.

Emocionalmente
Se está levando bem a situação, vai se sentir mais apta emocionalmente e começar a ser a velha e boa você de novo. Vão se passar dias, oxalá semanas, sem que você pense no ex. Uma marca desse estágio é uma tentativa de demonstrar que está melhor sem ele, e que pode ter voltado à ativa. Encha suas prateleiras de clássicos de autoajuda e vá àquele curso de pintura que sempre quis fazer. "É um momento crucial no qual, em vez de lutar, você aceita o grande fato", diz Karen Masman.

A boa notícia
Não há barômetro que meça quanto tempo se leva para superar um rompimento — pode ser três meses, três anos... -, mas um estudo de 2007 do Journal of Experimental Social Psychology diz que a maioria de nós superestima a devastação que sentiremos se a relação terminar. "As pessoas voltam a qualquer que seja seu estado inicial de felicidade", diz o coautor do estudo Reg Adams.
Um ano depois

Fisicamente
Você pode ter passado os últimos 365 dias limpando cada partícula que circulou em sua casa ou seu local de trabalho - um estudo da Universidade de Ohio, nos EUA, sugere que os recém-separados têm baixa imunidade até um ano depois da separação, especialmente se ficam remoendo sobre ela. Certifique-se de dormir pelo menos 7 horas por noite - pesquisas mostram que ajuda você a ficar mais saudável, magra e jovem.

Emocionalmente
Você é mais dura que o bíceps de Madonna. Um clichê diz que o tempo cura - e cura mesmo, se você deixar. "Mas é necessário um investimento pessoal na recuperação", afirma Laila Pincelli. "A esta altura, você deve se encontrar pensando mais sobre quão excitante o futuro pode ser", diz Traci Coventry. Comemore comprando uma joia vistosa ou agarrando um homem totalmente inapropriado, mas totalmente gostoso.

A boa notícia
Você é uma versão melhorada de si mesma: um rompimento pode levar à independência e a uma nova atitude sobre as relações futuras. Isso faz de você uma proposta mais atraente para o próximo que tiver sorte o bastante de ficar ao seu lado.
De volta ao mercado

Aposente os lencinhos, largue a caixa de bombons, suba no salto e prepare-se para partir dessa para uma muito melhor

1. Evite recaídas
"Fique 60 dias sem falar com seu ex", sugere Greg Behrendt, roteirista de Sex and the City e autor de Quando Termina É Porque Acabou - Juntando os Caquinhos e Dando a Volta por Cima (Ed. Rocco, 253 págs). Você não voltaria todos os dias para um emprego do qual tivesse sido demitida só para se sentir incompetente, voltaria?

2. Circule a notícia
Comece contando aos amigos, à família e, quem sabe, até aos vizinhos, ao atendente da padaria... Repita a quem quiser ouvir que está solteirinha e pronta para outra.

3. Fique, tenha um rolo
Seduzir, ser seduzida, beijar na boca é tudo de que você precisa para superar completamente a separação. Sem pegar amor no primeiro infeliz que aparecer, por favor!

4. Permita-se tudo
Especialmente o que o ex não curtia. Mude móveis de lugar, vá ao salão sem pressa, use um decotão, sugere Stella Florence, autora de O Diabo Que Te Carregue! (Ed. Rocco, 176 págs.)

5. Convoque as bad girls
A turma da balada saberá aonde levar você e a quem apresentá-la.

6. Cuide-se
Fique firme na ginástica, compre um mimo, passe um rímel para ir à padaria. Autoestima é importante e atrai olhares.

7. Bote fé no amorAcredite quando aquele bonitão sorrir em sua direção - não vá pagar o mico de virar para trás achando que tem alguém às suas costas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

As respostas no Blog não tem custo algum, mas devido a quantidade de perguntas você tem que esperar na fila em torno de 5 a 10 dias

Precisa de uma resposta urgente, marque uma consulta particular no

email dicasderelacionamento@hotmail.com

Se algum texto publicado por aqui for de sua autoria, nos envie o link para que possamos dar os créditos. Se não autoriza a publicação de seu texto por aqui nos comunique que retiramos.

A edição desse Blog se reserva ao direito de deletar, sem aviso ou consulta prévia, comentários com conteúdo ofensivo, palavras de baixo calão, spams ou, ainda, que não sejam relacionados ao tema proposto pelo post do blog ou notícia.

Volte sempre: Déia Fargnoli

Postagens relacionadas

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Siga meu Facebook